Notícias

Como aprovar em Medicina em vários vestibulares?
10/01/2015 / Redação Gene

O aluno Martin Romero Meller, de Porto Alegre, aprovou em Medicina na ACAFE (UNESC), na UCPEL, na UFPel, na PUCRS, na Fundação e na UFRGS em 2013.

Veja, na íntegra, como foi a trajetória dele até chegar a tantas aprovações e o estilo de escrita que agradou as bancas de correção.

 

Como era o teu horário de estudo?

Antes de responder diretamente à pergunta, é importante falar sobre a minha rotina de estudos. Antes de iniciarem as matrículas, em janeiro, eu já tinha parado pra pensar que o horário de estudos que eu mais rendia era de tarde. Como eu sou um dos que acredita que as aulas são muito importantes para a aprovação, mas o estudo sozinho em casa é fundamental, a minha estratégia foi reservar o meu horário nobre do dia para os estudos em minha residência. Então, me programei para ter duas matérias por dia, de segunda a sexta, no turno da manhã. Depois disso, eu chegava em casa e estudava sempre os conteúdos que tive naquele dia. Por exemplo, se na segunda eu tivesse de manhã química e história, eu chegava em casa e estudava essas duas matérias de tarde.

 

A tua rotina era fielmente seguida ou fazias adaptações ao longo da semana?

Em março, logo que começaram as aulas, eu percebi que era necessário montar uma rotina de estudos para que eu me organizasse e não me atrasasse nos conteúdos. A ideia foi ótima, mas num primeiro momento, assim que eu montei o meu horário, eu fui muito rígido comigo mesmo em relação à meta de horários pré-estabelecidos. Sem dúvida, isso mais me atrapalhou do que ajudou, porque eu me sentia pressionado pelo tempo que eu criei e me frustrava por não ter conseguido fazer tudo no tempo acordado. Tentei mudar o esquema de horários, mas o quebra-cabeças nunca se encaixava perfeitamente. Isso durou quase dois meses e foi então que percebi que o segredo estava em ter mais flexibilidade.  Eu mudei um pouco as regras do jogo e fui dançando conforme a música, mas sempre seguindo o compasso daquelas duas matérias por dia que expliquei na questão anterior. Passei a deixar espaços de tempo nos finais de semana para aprofundar qualquer matéria mais difícil e revisar a matéria constantemente.

 

Tu estudavas a mesma quantidade de horas para cada matéria ou adaptava conforme tuas habilidades e competências?

Como eu expliquei na questão anterior, o modelo que eu segui de estudos estava baseado na flexibilidade de horários, mas dentro de uma rígida meta de se estudar de tarde as matérias que tive no turno da manhã do mesmo dia (sempre duas). Se uma matéria era muito mais difícil do que a outra, nessa tarde eu demorava muito mais para acabar de estudar a primeira e passar para a segunda. No entanto, eu sempre acabava de estudar, nem que fosse de noite, quando eu estava com muita vontade de dormir. Assim, eu não me prendia a tempos exatos pra cada matéria, mas como pra medicina química, biologia e português são mais importantes, porque têm mais peso nas provas, eu dava mais ênfase nelas.  Já a questão de adaptar as horas de estudo conforme as habilidades e competências é muito perigosa. Quando eu começava a estudar eu sempre pensava que eu não sabia nada da matéria a qual estava lendo, se eu soubesse já estaria na faculdade. Pode parecer uma visão radical, mas muita gente morre na praia pelo excesso de confiança nas matérias que acredita saber mais. Esse fenômeno acontece principalmente nas exatas, quando a gente resolve muitas questões na lógica e acaba subindo no salto alto. Em relação a isso, a minha dica é ter muito cuidado mesmo. Pra passar é preciso um misto de confiança e humildade perante cada uma das provas.

 

Qual era o teu ritmo de estudo no fim de semana?

Sempre estudava sábado e domingo. Normalmente sábado bem mais do que domingo. No final de semana, eu retomava o que tinha achado mais difícil nos conteúdos dados durante a semana e também revisava matérias nas quais eu já acreditava ter um domínio bom – dando mais atenção às matérias de peso.

 

Fizeste revisão dos conteúdos? Em que época do ano?

Se eu tivesse de escolher uma estratégia que tenha me feito passar, sem dúvida, seria o modo como eu administrei a minha revisão de conteúdo. É consenso de que não importa em nada ser um expert no conteúdo durante o ano se tu não estás sabendo tudo isso no dia da prova em dezembro ou janeiro. A prova não mede o que um dia tu soubeste muito bem, mas sim o que tu estás sabendo naquela hora em que está sendo aplicada a questão. Então, é de suma importância sempre revisar o conteúdo várias vezes ao ano. O conteúdo dado em março, por exemplo, eu revisei diversas vezes até o dia da prova e assim foi sendo feito com todas as matérias de abril a novembro. Fiz isso a cada semana, mês, trimestre, semestre e, finalmente, em dezembro fiz uma revisão final. Reservava, especialmente, os finais de semana para isso. É claro que a bola de neve de conteúdos vai aumentando progressivamente, mas com tantas revisões das mesmas matérias, no fim das contas essa tarefa vai se tornando cada vez mais rápida e focada. Então, embora em boa parte de novembro e todo dezembro eu tenha feito só provas, é impossível eu indicar apenas uma época do ano em que eu tenha revisto os conteúdos, pois fiz isso constantemente.

 

Resolveste as provas anteriores das universidades desejadas? Com quanto tempo de antecedência?

Sim eu fiz muitas provas, no entanto, para dar uma resposta mais completa, quero explicar como foi esse processo. Pra ser aprovado é necessário foco, então, na metade do ano, eu defini os vestibulares os quais eu iria prestar e quais eram os mais importantes entre os escolhidos. Meu primeiro objetivo era passar numa federal em Porto Alegre, o segundo objetivo era passar numa particular em Porto Alegre, o terceiro era numa federal fora de Porto Alegre e o último numa particular fora de Porto Alegre. Sendo assim, decidi fazer a UFRGS, a PUCRS, o ENEM (pra Fundação e as federais fora da capital), a UCPEL e a ACAFE. Eu sei que é muito difícil tomar essa decisão de limitar o número de vestibulares a se fazer, mas é sempre bom pensar que às vezes menos é mais. Não estou defendendo a ideia de se fazer só UFRGS e ENEM, por exemplo, mas sugiro que antes de tu decidires onde fazer as provas, que tu penses se tu queres realmente ir pra lá. Claro, a escolha das faculdades é muito particular, mas o importante é sempre confiar que é possível passar se tu estás bem preparado. Bem, mas respondendo a pergunta, depois que eu decidi os vestibulares a serem feitos, comecei a dar foco nos exercícios desses vestibulares e também a realizar algumas provas desses locais. Um problema nesse método foi que eu tive em aula as matérias de algumas particulares faltando uma semana para a prova, então teve alguns vestibulares os quais eu não consegui fazer completamente as provas. Entretanto, eu não fiquei de braços cruzados por causa disso, imprimi as provas dos últimos anos e fui fazendo as questões referentes a todos os conteúdos os quais eu já tinha visto em aula. Isso me ajudou muito, não só por conhecer o tipo de questões que a banca mais gosta de perguntar, mas também por se familiarizar com a linguagem da prova, os espaços dados pra cada questão, até mesmo a fonte utilizada. Pode parecer exagero, mas essas informações diminuem a tua tensão e nervosismo antes e durante a prova, pois tudo que será visto no dia do vestibular não é completamente novo depois de se fazer tantas provas anteriores. O ENEM, por exemplo, é muito importante fazer desde que mudou pra esse modelo e, principalmente, controlar o tempo, já que ele é o teu maior inimigo.

 

Tu resolvias todas as questões propostas de cada capítulo? Resolvias mais de uma vez as mais difíceis?

A estratégia que eu utilizei foi parar de fazer as questões um pouco depois que elas já estavam automáticas para serem realizadas. Quando eu chegava nesse nível, fechava o caderno e via essas questões restantes depois de uma semana, um mês, 3 meses e etc. Questões inéditas de vestibulares não faltam na internet, então acho desperdício repetir resoluções. Embora não acredite ser um total tempo perdido rever algumas resoluções de questões que tivemos dificuldades, pois, com o passar do tempo, elas se repetem.

 

Tu fazias um planejamento da redação ou escrevias só o rascunho?

Os publicitários, antes de iniciarem uma nova campanha, pra terem ideias criativas e boas, costumam fazer o que eles chamam de Brainstorm - uma tempestade de ideias. Eu tentava fazer isso na redação e consistia basicamente em achar um espaço em branco na prova e começar a escrever em rascunhos rápidos o que vinha na minha cabeça sobre o assunto. É importante ressaltar que essa parte é rápida e livre de julgamento. Não é o momento de ficar pensando se ficará bom ou não, só coloque a ideia no papel e seja crítico depois. Tendo feito isso, eu tentava descartar o que eu achava que todos os outros colocariam nas suas redações. Pra ter esse feeling, acredito que só a prática vai te ensinar, mas uma dica que eu posso dar é que normalmente as primeiras coisas que vêm a tua cabeça são as mais clichês. Mas muito importante: se tu só tiveres ideias meio clichês, eu sugiro que tu as escrevas com uma boa argumentação. Talvez a tua redação não seja excelente, mas pode ficar boa – é melhor fazer assim do que fugir do assunto. Depois disso, eu organizava o que colocaria em cada paragrafo separando em tese principal, mini teses (que sustentassem a tese principal) e, muito importante, exemplos os quais confirmem o que tu estás escrevendo.

 

Por que tu procuraste o curso de redação com a Gene? Faria novamente?

Eu não tenho dúvidas de que a redação é a matéria mais importante do vestibular, mas me convenci de que as pessoas não se dão conta disso. A maioria dos vestibulandos encara a redação como apenas um apêndice de português e essa falta de foco é uma das causas mais comuns nas reprovações por poucos pontos. Eu vou citar o meu exemplo, na UFRGS, a minha classificação antes de corrigirem o meu texto era de quinquagésimo lugar, depois de eu alcançar 22,7 passei para 12° colocado. No meu caso, apenas melhorou muito a minha colocação; no entanto, quantas pessoas passariam se tivessem obtido 22,7, mas hoje estão fazendo cursinho novamente? O vestibular para medicina está muito concorrido, e nas particulares existem pouquíssimas questões que irão te diferenciar do teu concorrente, então o que será decisivo é uma redação bem avaliada. Tu não iras passar numa boa faculdade sem uma boa redação. Tendo dito isso, é consenso de que muitas pessoas passam numa federal por causa de um bom texto e muitas outras estão pagando uma particular por causa de uma má redação. Em um cálculo rápido, não é exagero dizer que um ano inteiro do curso da Gene equivale a menos de um mês de mensalidade numa particular de medicina. Dessa maneira, não é preciso entender muito de finanças pra compreender que fazer redação com a Gene é acima de tudo um investimento, não um custo. Eu digo isso porque ela foi muito responsável por eu estar numa federal hoje. As aulas são muito boas, a atenção nos plantões é excelente – particularmente eu não conheço ninguém em Porto Alegre com esse nível de atenção ao aluno. O site tem redações dos alunos, o que vai te ajudar a ver o que foi clichê na tua redação ou não, sem falar em ter novas ideias de escrita. Por todos esses motivos eu faria novamente o curso da Gene sem pensar duas vezes.

 

Recado final:

A Gene me disse que diversos alunos, depois de lerem a minha redação da UFRGS, afirmaram que nunca conseguiriam escrever algo semelhante ao meu texto. Eu achei engraçado saber disso porque, quando comecei a fazer o curso da Gene, li algumas redações muito boas e pensei a mesma coisa em relação a mim, ou seja, que jamais escreverias tais redações. No entanto, dentro de um estilo próprio, é possível atingir notas muito boas após muita escrita e boa orientação.  Eu realmente não escrevo bem, nunca escrevi ou tenho qualquer tipo de talento para isso. Entretanto, lendo as minhas redações do ano passado, eu vejo que realmente escrevi bem e que é provável que hoje não conseguisse render assim sem muito treino. Aí está o segredo, escrever muitas redações, treinar muito e ser bem orientado. Sem talento, provavelmente tu nunca serás um escritor, mas é bem possível que tu faças uma boa pontuação no vestibular. Foi o que aconteceu comigo.

Um último alerta a quem ler esse texto é acreditar que qualquer um pode passar na UFRGS. Vi muita gente capacitada entrar derrotada no primeiro dia de vestibular e, consequentemente, foi reprovada. Eu posso afirmar que de 70 colegas de medicina, no máximo 5 passaram porque são muito inteligentes. Os outros 65 estão lá porque se dedicaram demais pra passar. Então, se tu estudaste muito, não deixe que tu sejas o teu maior inimigo, a única certeza de que tu não iras passar é se tu te entregares na véspera.

Por último e não menos importante, não foi porque eu tive sucesso nas provas de vestibular que eu sei a fórmula mágica da aprovação. Apesar de muitos professores e pessoas que já passaram afirmarem que saibam essa fórmula, ela não existe. O que existe são métodos diferentes e que acabam dando certo pra cada tipo de pessoa. Eu achei um método bom pra mim e, com certeza, vão existir aspectos nele que são bons pra vocês, mas algumas estratégias minhas são incompatíveis com a característica de cada um de vocês. Talvez esse seja o segredo da aprovação: bolar um jeito de estudar que se encaixe nas características de da cada um - e não tem professor ou namorada que conheça vocês melhor do que vocês mesmo.

 

TEXTO INTEGRAL VESTIBULAR UFRGS 2013

                                                                                                                                                                                                   A Faca da Verdade 

             Conquanto o objetivo final do humor seja o riso, o seu papel no desenvolvimento de uma sociedade transcende o simples ato de fazer graça. Faca poderosa e de lâmina afiada, a piada possui um corte preciso e profundo no comportamento humano. O desafio é saber manejar essa arma sem ferir inocentes.
             Não se sabe quando nasceu o humor; é consenso, no entanto, de que é uma prática antiga. À época do início das navegações além-fronteiras de Portugal, por exemplo, o teatro de Gil Vicente alegrava a vida na corte por meio de peças engraçadas, mas que não deixavam à margem do palco críticas aos costumes portugueses. Mais recentemente, no Brasil, o jornal “Pasquim”, utilizando charges e tiras cômicas, denunciou práticas pouco democráticas do Período Militar. Dessa maneira, em ambas as nações, o humor ultrapassou o significado de fazer rir, mostrando à população realidades as quais, dificilmente, poderiam ser ditas em um tom solene.
             Em contrapartida, a maior barreira enfrentada pelo humor é, exatamente, o que o tornou tão popular, vale dizer, a falta de regras para a sua concepção. Nesse cenário, embora não haja leis escritas sobre os limites de uma piada, o respeito à verdade deve se sobrepor a simples finalidade de se fazer rir por meio de uma mentira. Programas de televisão, como “Zorra Total” ou “Pânico” – os quais são formadores de opinião de milhões de brasileiros -, sustentam-se em um humorismo racista e homofóbico, ou seja, são venerados por serem preconceituosos. Dessa maneira, são casos de comentários jocosos baseados em falácias, portanto, não deveriam ser considerados, verdadeiramente, humorísticos.
             Em suma, nenhuma faca acaricia a sua vítima. Ela corta, deixando cicatrizes profundas numa sociedade, escancarando seus costumes e defeitos. O seu único limite deve ser o respeito com a verdade, por mais que ela rasgue a pele.
 

Nota 22,7 / 25

 

TEXTO INTEGRAL VESTIBULAR PUCRS 2013

Desenvolvimento Científico: a Saúde em Primeiro Lugar

                Indubitavelmente, invenções como o telefone ou a internet são de suma importância no nosso dia a dia. Não obstante, são as descobertas na área da saúde que prolongam a nossa vida e nos dão um conforto maior do que qualquer outra tecnologia. Assim, o Brasil necessita priorizar investimentos científicos em doenças as quais ainda acometem a nossa população.

                No ano de 2012, o nosso país se tornou a sexta maior economia mundial; no entanto, ainda enfrentamos um problema típico de nações subdesenvolvidas: a malária – doença causada por um agente externo que mais mata no nosso território. Como esse mal não atinge, diretamente, as nações desenvolvidas, os grandes laboratórios alemães ou americanos, por exemplo, não demonstram interesse em buscar a cura para tal enfermidade. Nesse cenário, é imperioso que invistamos em pesquisas científicas as quais visem a combater o mosquito Anopheles – vetor da malária. Isso pode ser feito por meio de maiores incentivos voltados a empresas encubadas dentro de universidades – como já ocorre na PUCRS e na Unisinos. Além disso, é importante estabelecermos um vínculo maior entre esse conhecimento gerado dentro do meio acadêmico com os laboratórios, pois, não raro, essa relação ainda é distante.

                Em suma, as verbas governamentais voltadas à ciência devem se dirigir para a solução de um problema típico nacional, o qual não apresenta soluções advindas do exterior. A erradicação da malária é essencial para que possamos desenvolver pesquisas também em outras áreas. Antes disso, a saúde do brasileiro deve estar em primeiro lugar.

 

Grau 4 (nota entre 7,5 e 9)

 

Capa | Estrutura dos Grupos de Redação | Currículo | Material Didático | Horários | Fotos
Espaço do Aluno | Redações Corrigidas| | Destaques | Depoimentos | Contato

Site desenvolvido por wwsites